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A representatividade lésbica nos games deixa a desejar?

Apesar do que muitos pensam, lésbicas sofrem tanto preconceito quanto os gays. Tendo que enfrentar diversos obstáculos na sociedade que vão além da sexualidade. Muitas conquistas foram obtidas graças à representatividade feminina em várias mídias mostrando o emponderamento feminino. Ainda há muito o que ser feito em questões como diferença salarial, machismo e igualdade de gênero. Mesmo com todas essas questões à serem resolvidas, as mulheres que fazem parte da comunidade LGBT são vistas como fetiche para muitos homens ou são criticadas por suas vestimentas e trejeitos. É ingenuo aquele que pensa que elas sofrem menos abusos ou são menos desrespeitadas só por serem mulheres.

Assim como em outras mídias que abusam dos estereótipos para criar personagens chamativos sem se importar com o conteúdo, provavelmente, ofensivo que acabam criando. Os games também não fugiram dessa regra por muito tempo, mas felizmente os tempos mudaram e nos  trouxeram personagens consistentes que realmente conseguimos nos identificar.

 

Mais L por favor

Life is strange kiss

 

É difícil acompanhar em quantos sub-nichos a comunidade LGBT se divide, entretanto, é facil ver quando um lado ganha mais destaque que outro, há quem diga que isso acaba deixando a representatividade desequilibrada, e com razão. Tentei fazer um exercício próprio de lembrar quantas personagens lésbicas existem nos games e não consegui ir além de duas, quando fiz a mesma coisa com personagens gays a lista se estende de forma significativa. Isso me fez pensar no porquê essa representatividade acaba sendo tão pequena quando falamos de mulheres gays.

 

As mulheres deixaram de ser classificadas como sexo frágil há algum tempo, com representantes fortes e bem construídas nos últimos anos (ainda há aqueles que usam a forma feminina somente para agradar aos olhos dos adolescentes fissurados, mas esse é um assunto para um artigo futuro do blog) e existem bons exemplos gays nessa lista. As mais recentes são Chole e Max de Life is Strange, uma amizade tão pura e profunda que não deixa exatamente claro qual a sexualidade das garotas e isso é um dos pontos intrigantes da história.

 

Ellie, em The Last of Us, mostrou de forma simples e emocionante sua orientação sexual na DLC Left Behind, na qual a história de como ela foi mordida é finalmente contada. Muitos foram pegos de surpresa e os homofóbicos de plantão não pouparam esforços pra criticar a personagem com argumentos super válidos do tipo: “Ela não parece lésbica”. Essa foi uma das grandes sacadas dos produtores e demonstra uma evolução e delicadeza ao abordar esse assunto que infelizmente é tratado como tabu por muitas pessoas.

 

Liara de Mass Effect também é um belo exemplo, mesmo sendo bissexual. O pensamento geral das Asari sobre como se relacionar tornou-se a utopia que procuramos para a sociedade de hoje. Tomara que não demore tanto tempo para sermos tão evoluídos quanto elas.

 

liara

 

Um LGBT incomoda muita gente

Os exemplos que citei comprovam a mudança, pelo menos na mente dos produtores, sobre a representatividade das lésbicas nos videogames, mas uma questão ainda permanece: elas estão sendo representadas o suficiente? Não é estranho ver algum homofóbico reclamando sobre o excesso de personagens gays em séries de TV, novelas e outras plataformas de entretenimento. O que eles não se dão conta, é que esse número ainda é extremamente baixo! São poucos os games que nos permitem escolher o tipo de relacionamento que queremos criar ou nos apresentam um personagem que compartilha em sua história os preconceitos sofridos por pessoas reais.

LGBT’s em geral, se mostrados de forma verdadeira em qualquer mídia. Ajudam a quebrar preconceitos, barreiras que impedem o resto das pessoas de nos ver como realmente somos, pessoas.

 

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Angelo Prata

Jornalista apaixonado pela arte do século XXI chamada de videogame. Tentando melhorar a internet um post de cada vez, este sagitariano que vos fala tem dificuldades em escolher um jogo favorito. As séries Super Mario, Resident Evil, Donkey Kong e Mass Effect estão no top da minha lista imaginária e sim, sou fã da Nintendo!
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