Gayme Over

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Há pouco mais de uma semana, a Riot Games, produtora do game de sucesso League of Legends, confirmou que mais um de seus personagens é gay. O anúncio foi feito por meio da divulgação de uma animação, que mostra Valmar tentando salvar a vida de seu amado se fundindo com uma entidade Darkin. Esta informação também foi confirmada em uma HQ do game lançada junto com o vídeo.

O clipe em si é bem sútil. Apesar de deixar claro o afeto entre Valmar e Kai, não rola um beijo apaixonado ou carícias intímas – até porque eles estavam no meio de uma batalha, né?

Porém, isso foi motivo suficiente para os homofóbicos de plantão inventarem mil e um motivos para negar a sexualidade de Varus. “As pessoas confundem amizade com afeto gay”, comentou um jogador. “Prefiro pensar que são dois irmãos”, disse outro esperançoso. Alguns chegam a dar um show ainda maior de ignorância, afirmando que eles não aguentam mais a “ideologia de gênero”. Mas o fato é que Varus é gay, e indo direto ao ponto, aceita que dói menos.

 

Eles são irmãos galera, fiquem tranquilos.

Foi a mesma reação de muita gente no fim do ano passado, quando a Blizzard revelou que Tracer, a personagem da CAPA do jogo, era lésbica. Lançando também uma HQ com beijo e tudo. É até curioso ver como parte da sociedade acha que os LGBTs são invisíveis, ou seres místicos que surgiram no século XXI para a destruição da humanidade. Nós sempre estivemos aqui, independentemente da época. A diferença que agora temos voz, algo que vem sendo negado há um bom tempo.

 

Mas para um homofóbico admitir isso para si é muito difícil, pois a construção desse pensamento foi feita de forma minuciosa, durante os últimos dois mil anos. Por mais conquistas que existam hoje, o caminho que temos que trilhar ainda vai ser muito difícil e repetitivo.

 

Leia mais: A homofobia e a indústria dos games

 

Isso também não quer dizer que essas mesmas conquistas não possam ser comemoradas, prova disso também é a enxurrada de comentários positivos elogiando a atitude da Riot. Muitos preconceituosos nem mostram mais o rosto para despejar estrume nos comentários com medo de retaliações.

 

Tem nem como defender um jogo assim quando o povo dizer que lol é jogo de viado, desisto.”

 

Enquanto não formos enxergados como pessoas e comentários como estes forem extintos, continuaremos aparecendo não só em games, mas em outras mídias. Até o dia em que ver um personagem gay na TV, no livro ou nos jogos não seja motivo pra reclamar ou ganhar as manchetes dos sites especializados.

 

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Angelo Prata

Jornalista apaixonado pela arte do século XXI chamada de videogame. Tentando melhorar a internet um post de cada vez, este sagitariano que vos fala tem dificuldades em escolher um jogo favorito. As séries Super Mario, Resident Evil, Donkey Kong e Mass Effect estão no top da minha lista imaginária e sim, sou fã da Nintendo!
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