Os jogos que celebram a diversidade estão em alta hoje em dia. Prova disso é o recém lançado Animal Crossing: New Horizons, para Nintendo Switch. O jogo de simulação é um sucesso estrondoso, mas em sua versão mais recente, aplicou mudanças significativas para estimular a diversidade. O que mais surpreende, é o fato de ser um jogo com visual infantil, com o intuito principal de educar.
Quando eu digo que Animal Crossing: New Horizons é um sucesso estrondoso, não é exagero. Durante os primeiros dias de seu lançamento, o game vendeu cerca de 1,8 milhões de cópias só no Japão. O título chegou a quebrar o record de Pokémon Sword & Shield que vendeu 1,36 milhões.
Minha cor me representa
Um dos aspectos mais notáveis em ACNH é que você agora pode escolher o tom de pele do seu avatar. Nos jogos anteriores da série, só era possível ter um tom de pele mais escuro se o personagem se bronzeasse no sol. Outra novidade interessante é que a customização está aberta desde o início, ao contrário dos games anteriores que você respondia um questionário para montar seu personagem.
Além do tom de pele, New Horizons reaproveita a ferramenta apresentada em Happy Home Designer e oferece maior variedade de roupas, penteados e cores de cabelo. Essa mudança, por mais que pareça simples, oferece uma nova gama de possibilidades para os jogadores de qualquer parte do mundo. Agora, é possível criar um personagem no qual você realmente se identifique.
O jogo também expande o número de culturas com as quais teremos contato, algo que já existia em títulos anteriores, porém, quanto mais diverso ficar melhor.
Seu gênero, suas regras
A mudança que mais chamou a atenção é na questão do gênero dos personagens. Em Animal Crossing: New Horizons você não seleciona se seu avatar será “menino” ou “menina”, em vez disso o game pede para que escolha o seu “estilo”. Também encontramos NPC’s com relações homoafetivas, como é o caso do C.J. Ele conta que seu parceiro pode fazer colecionáveis para você, pois ELE é muito talentoso. Frisando que se trata de um homem.
Ainda que os jogos da Nintendo não sejam traduzidos para o português, outra grande conquista é que essa é a primeira versão do game com o Espanhol Latino Americano disponível. Quem sabe em um futuro próximo não conseguimos jogar os games da Big N também em português do Brasil?
Mudanças não inseridas na versão japonesa
Enquanto a localização em inglês teve mais liberdade para inserir o gênero neutro e relações homoafetivas, a versão japonesa do game não segue o mesmo caminho. Além de manter a escolha entre “menino” e “menina” na criação do personagem, os diálogos não falam sobre relacionamento gay. Na versão em japonês com C.J, que usamos de exemplo anteriormente, ele se refere somente a um “amigo” que faz os colecionáveis.
Por conta disso, alguns jogadores se mostraram desapontados quanto a postura da empresa em sua terra natal. Essa decisão é compreensível em partes, já que o país ainda é muito conservador na questão LGBTQIA+. Mesmo assim, é realmente uma pena que a Big N tenha perdido uma oportunidade de ouro como essa.
Via: GameXplain
Angelo Prata
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