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Jogay: remake de Resident Evil 2 é desnecessário, mas maravilhoso

Existem jogos que entram para a história e é nesse hall da fama em que Resident Evil 2 se encaixa. Quando foi lançado originalmente em 1998, o sucesso foi tão grande que o jogo chegou a ultrapassar Street Fighter 2 em vendas, tornando-se o game mais vendido da Capcom. Aclamado tanto pela crítica quanto pelos jogadores, as campanhas de Claire Redfield e Leon S. Kennedy marcaram a infância de muitos.

Tanta perfeição fez muita gente clamar por um remake do saudoso game, principalmente após o remake de Resident Evil 1, lançado em 2002 para Game Cube. Porém, há quem diga que o clássico é mais que suficiente e refazê-lo é completamente desnecessário — o que eu particularmente concordo. Em 2015, finalmente os pedidos foram atendidos. O hype e a responsabilidade em cima dos desenvolvedores era grande, em especial devido a saída do criador da série, Shinji Mikami.

 

Uma franquia perdida que se encontrou

 

Analisar o remake de um jogo que foi lançado há 20 anos é complicado. Afinal, se tratava de outra época, outra jogabilidade e MUITAS limitações técnicas. Várias dúvidas surgiram na minha cabeça: será exatamente igual ao original?, o que eles irão descartar? O que vão acrescentar? Enfim, era difícil prever o que a empresa apresentaria e tudo foi guardado à sete chaves até o anúncio oficial.

Outro fator importante era o rumo da série nos últimos anos. Após o fiasco de Resident Evil 6, a Capcom decidiu parar com as tramas megalomaníacas e investir mais no terror. Aos poucos a franquia foi voltando aos trilhos, pavimentando o caminho com as experiências dos  spin-offs Revelations e o impressionante Resident Evil  7.

Com o sucesso de crítica, ficou claro que o retorno da série ao terror era mais que bem vindo. Isso criou o momento ideal para relançar um game clássico com uma visão totalmente repaginada.

 

Em time que está ganhando não se mexe

Com o hardware atual extremamente poderoso, se comparado ao PS1, as possibilidades eram abundantes. O risco de Resident Evil 2 perder sua essência era grande, mas não aconteceu. É possível sentir aquele mesmo frio na espinha ao entrar em cada corredor da delegacia de Raccoon City. O nível de detalhes com os sons, imagens e expressões é de tirar lágrimas de qualquer fã. Os inimigos perdem braços, pernas, partes do rosto e seus corpos não somem após derrotados. É uma verdadeira carnificina em alta definição.

 

A ambientação é de encher os olhos, com a delegacia ampliada e repleta de novos puzzles para se resolver (sem descartar os clássicos). Explorar cada sala desse mini universo é uma atividade prazerosa para qualquer tipo de jogador. O leva e traz de itens também voltou, fazendo com que em muitos momentos a melhor estratégia seja parar e analisar o mapa do lugar. Há dicas sutis do que deve ser feito, mas nada é entregado de bandeja. Assim como antigamente, a exploração é essencial para a sobrevivência.

Existe um “pequeno” detalhe que também foi repaginado: o Mr. X. A arma biológica da Umbrella enviada para livrar-se das testemunhas está implacável. Ele irá te perseguir por boa parte do jogo e dificultará MUITO o seu gameplay. Os passos pesados do vilão se aproximando enquanto investigamos é desesperador! E a ausência de trilha sonora deixa tudo ainda mais assustador.

Trilha sonora essa que eu me atrevo a dizer, não é tão marcante quanto a original. Talvez esse seja o único defeito que eu tenha encontrado no game. Isso não quer dizer que não temos músicas memoráveis, pelo contrário, ao encontrar o MR. X seu tema é o mais imponente e empolgante — em especial na segunda transformação.

Sobre a história, 95% do que já conhecemos foi mantido. Boa parte foi ampliada, mas pouco foi alterado. Isso pode irritar os fãs mais hardcore do game, mas para mim não afetou minha experiência de forma significativa, exceto por um detalhe (estou falando de você Ada Wong).

 

Voltando ao topo em grande estilo

 

Resident Evil 2 remake é um título imperdível. Seja você fã da franquia, ou apenas um admirador de bons jogos. Deixar de jogá-lo é perder umas das mais estimulantes experiências de terror da atual geração. É um jogo que dá para sentir o cuidado, capricho e carinho com cada pixel da tela. Só nos resta torcer para que a franquia permaneça no caminho do survival horror nos próximos títulos, e que o tempo das piruetas alá Daiane dos Santos tenha finalmente chegado ao fim.

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Angelo Prata

Jornalista apaixonado pela arte do século XXI chamada de videogame. Tentando melhorar a internet um post de cada vez, este sagitariano que vos fala tem dificuldades em escolher um jogo favorito. As séries Super Mario, Resident Evil, Donkey Kong e Mass Effect estão no top da minha lista imaginária e sim, sou fã da Nintendo!
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