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REVIEW – Star Ocean: The Divine Force limpa a barra de seu antecessor, mas não totalmente

Desenvolvido pela Tri-Ace e distribuidos pela Square Enix, temos o 6° título da franquia que já teve grande relevância no mercado muito maior que nos dias atuais, sendo este a promessa de trazer um JRPG moderno e, ao mesmo tempo, familiar aos mais saudosistas e fãs da série de jogos. Será que conseguiram?

História

Em Star Ocean: The Divine force iniciamos o jogo já escolhendo qual ponto de vista da história seguiremos. Dentre as opções temos: Laeticia Aucerius, princesa herdeira do Reino de Aucerius e Raymond Lawrence, membro da Lawrence Logistics e capitão dos Ydas.

Independente da sua escolha o rumo da história não tem grandes alterações, apenas em alguns momentos chaves do jogo onde você tem a visão do acontecimento de acordo com personagem escolhido.

Raymond cai no planeta de Aster e é separado de sua tripulação durante a missão de transportar DUMA, uma inteligência artificial, e logo são atacados. Lá ele encontra com Laeticia e seu escudeiro, Albaird Bergholm, que estão em uma missão para salvar sua terra natal do ataque do Império. Ray ao cair em Aster nota que este planeta é consideravelmente subdesenvolvido perto do seu e isso já causa uma estranheza entre os personagens, porém ao sofrerem um ataque, acabam se ajudando e assim compartilhando seus objetivos iniciais.

A partir deste momento o grupo resolve se ajudar em suas missões, Ray precisa localizar e resgatar sua tripulação e Laeticia deseja chegar até seu pai. O início é basicamente isso, vamos indo e voltando entre algumas cidades sem maiores revelações sobre a história do game. Dentre as visitas das cidades vamos recrutando novos personagens, além dos membros da equipe de Ray.

Aqui temos uma característica da série que foi abandonada neste jogo, na qual independente de quem você escolha isso não altera os personagens jogáveis que podemos encontrar durante o gameplay. Após umas 10 horas de jogo e alguns tutoriais, a narrativa realmente acontece e começam a ser apresentados os reais motivos dos reinos bem como revelações sobre a missão de Ray e seu planeta.

Pode parecer que o game demora pra engrenar, porém os cenários e os combates acabam entretendo muito o jogador, fazendo com que você não note esse início mais devagar no sentido da história.

Gameplay

Aqui o jogo tem um dos seus melhores pontos, os combates são em tempo real como em um action RPG, onde temos a disposição 3 botões de ataque dos quais podemos configurar as ações dos personagens. Podemos evoluir através de uma arvore de habilidades, bem como melhorar os atributos de cada um como força, defesa e etc, sendo que cada uma dessas ações consome uma quantidade de AP (Action Points). Podemos acumular mais AC durante a evolução dos personagens ou em algumas ações específicas nas batalhas.

Além disso, temos o auxílio da DUMA durante a exploração e podemos usá-la em batalhas específicas como um DASH para cima dos inimigos e atacá-los de forma mais eficiente, ou até mesmo paralisá-los por um período de tempo. A IA também serve de fuga em momentos mais críticos.

Teremos a disposição durante o jogo diversos personagens jogáveis, cada um com suas habilidades únicas e um papel dentro da equipe. Pomemos usar como exemplo o próprio Ray, que é um dos membros com maior dano corpo a corpo. Enquanto Albaird tem maior sucesso em ataques a distância e Nina com magias de cura e Buffs, bem clássico de RPG.

Durante as batalhas podemos jogar com 4 personagens, com opção de alternar entre eles a qualquer momento, o que faz com que você queira experimentar todos a todo momento e fazer novas combinações de equipes.

Os combates são bem desafiadores, mesmo jogando na dificuldade média, com inimigos que claramente você vai morrer se não identificar um elemento de fraqueza ou uma parte de seu corpo que dará ao jogador bônus de dano e mais facilidades de derrotá-lo. Ainda sim, o jogo é bem equilibrado como mencionado e, uma vez que você configura os botões de ação de forma que os ataques se complementem, as batalhas se tornam o melhor ponto do jogo fazendo com que você não queira fugir delas como acontece em alguns RPGs.

O jogo também possui um mini game de tabuleiro meio confuso no início e com um tutorial bem genérico, mas é bem satisfatório após você entendê-lo. Nele poderá desafiar alguns NPCs durante sua jornada e ganhar bons itens e equipamentos para seu time.

Gráficos

Aqui temos o “problema” do jogo, Star Ocean The divine Force possui uma direção de arte extremamente competente e bela aos olhos, misturando fantasia e Sci-fi de forma muito competente. Os cenários são grandes e muito bem desenhados, fazendo que mesmo que o jogo possa parecer um pouco linear em sua maior parte de tempo, o jogador acabe explorando as demais áreas mesmo que involuntariamente. É um mundo bonito, bem diversificado com florestas, desertos, ruinas, cidades enormes, castelos e etc.

Mas é nos gráficos também que o jogo se denuncia o pouco orçamento que teve, onde durantes as cutscenes é sofrível as animações dos personagens. Em alguns momentos chaves onde a história apresenta cenas emocionantes, o rosto do personagem está completamente apático e sem nenhuma demonstração de sentimento.

Tudo isso combinado com a péssima dublagem em inglês, torna a experiência muito menos imersiva do que poderia ser e isso só aumenta com o fato do jogo não possuir legendas em PTBR (o que nos dias de hoje é algo bem difícil de aceitar em jogos desse estilo). O que dificulta ainda mais jogar com a opção de Áudio em Japonês, vez que os personagens interagem a todo momento inclusive durante as batalhas.

Apesar disso, o design dos personagens são bem feitos e a modelagem deles — apesar de que em alguns casos faltou um tratamento melhor — é boa, mas se comparamos com o material divulgado em 2D, a transição para o 3D é bem ruim e isso vem sendo algo bem recorrente nos jogos da Square.

Tirando os pontos colocados acima o jogo tem um bom desempenho no Xbox Series S, onde notei pouquíssimas quedas de FPS mesmo jogando no modo de gráfico. Ainda mais pelo tamanho dos cenários que temos e a quantidade de inimigos e elementos na tela durante os combates.

O jogo também possui opções limitadíssimas de acessibilidade, das quais temos uma opção de legenda minúscula que em muitas cenas se tornam invisíveis.

Resumo

Star Ocean The Divine Force é um bom JRPG, mas que infelizmente não vejo trazendo a relevância que a série já teve anteriormente. Mesmo assim, com certeza limpa a barra do jogo anterior que foi duramente criticado e com razão. Posso dizer que é um suspiro para uma série que poderia estar na lista de abandono da Square como tantas outras. O jogo também teve uma janela de lançamento completamente conturbada, em um péssimo momento onde tínhamos grandes títulos saindo praticamente juntos.

Isso culminou em uma divulgação quase risória, tendo sua confirmação se olharmos os agregadores de notas onde é possível ver a baixa quantidade de análises que foram feitas para o jogo. Todas essas falhas alinhadas ao orçamento que claramente aqui foi bem abaixo do necessário nos traz um game divertido, entretanto pode facilmente passar despercebido pelos gamers.

Colocando todas essas questões na balança, quem é amante de um bom JRPG e consegue se desvincular dos problemas que apresentei aqui vai se divertir por pelo menos umas 40 horas com bons combates, cenários bem bonitos e uma história bem competente.

Star Ocean The Divine Force está disponível para PlayStation®5 (PS5™), PlayStation®4 (PS4™), Xbox Series X|S, Xbox One y PC vía STEAM®, e foi jogado em um Xbox Series S, através de uma copia cedida pela Square Enix Latam.

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