Gayme Over

post-header
Reviews

Jogay: “Resident Evil 7” é o RE raiz que leva a série a lugar nenhum

Ah, Resident Evil! Um amor que surgiu no primeiro gameplay. Mais exatamente naquela tarde fatídica em meados de 2003, na qual tomei diversos sustos jogando RE 3 com azamiga! Desde então, me vejo apaixonado por esse enredo riquíssimo, com personagens marcantes e tramas mirabolantes. Mesmo que a saída do criador da franquia tenha deixado sua obra prima nas mãos de terceiros, fica nítido que Capcom não faz a mínima ideia de até quando essa história vai se estender, ou se os protagonistas terão um desfecho.

Imagino que  em 10 anos, veremos os mesmos personagens, com cabelos grisalhos (ou não no caso dessa nova versão do Chris), ainda enfrentando os terríveis ataques biológicos com o empenho de sempre. Em Resident Evil 7, lançado em janeiro deste ano, somos introduzidos novamente ao mundo do survival horror clássico – tão implorado pelos fãs – e ao contrário de seu antecessor (na série numerada), foi aclamado pela crítica. Não que RE 7 seja um jogo ruim, longe disso. Mas ao finaliza-lo minha maior dúvida sobre a trama inteira foi: e daí?

 

Voltando ao terror em grande estilo

 

O game conta a história de um novo protagonista chamado Ethan. Este que perdeu sua esposa, Mia, há três anos. Misteriosamente, ele recebe um e-mail de sua amada pedindo para que vá busca-la. Mesmo desconfiado, a pequena esperança de que Mia possa estar viva não impediu o jovem de segui-la até a misteriosa fazenda no Estado da Luisiana, EUA.

Ao chegar no local, Ethan vê animais esfolados pendurados como uma espécie de aviso e uma macabra casa aparentemente abandonada. Lá ele reencontra Mia, porém, ela está agindo de forma muito estranha e dizendo coisas sem sentido. Após um acontecimento literalmente chocante! Somos capturados e participamos de um “harmonioso” jantar com a família Baker, e se inicia uma corrida contra o tempo para sairmos de lá com vida junto com a esposa do cara.

É inegável a semelhança que a introdução de Resident Evil 7 possui com Silent Hill 2, mas essa não é a única referência de outros jogos que encontramos no novo capítulo da saga. Mas antes de citar quais são, gostaria de focar nos pontos mais amenos como a jogabilidade. 

Muitos reclamaram por RE 7 ter mudado sua perspectiva para primeira pessoa (inclusive eu), mas ao jogar percebi que realmente não prejudica a experiência. Como o jogo é extremamente bem trabalhado, a imersão com a mudança de câmera caiu como uma luva. São objetos lançados contra você, inimigos voando na sua cara ou pulando na sua frente por boa parte do game. A sensação de terror que a produtora queria trazer de volta, com certeza foi atingida com sucesso.

O sistema de leva e traz de itens voltou, junto com a pouca munição e um local mais limitado para explorarmos. Essas são algumas das principais características resgatadas dos games antigos da série, trazendo uma sensação nostálgica ao procurarmos as ferramentas necessárias para escapar, espalhadas pela residência dos Baker. Esses que poderiam facilmente ser nossos inimigos até o fim do jogo, mas infelizmente não é assim que a história se desenrola. E por falar em história, por diversos momentos durante a jogatina me veio o pensamento de “já vi isso antes”.

 

Déjà vu

 

RE 7 é um excelente game de terror e um verdadeiro “Resident Evil raiz”, mas é perceptível a falta de originalidade no enredo, que no fim das contas não agrega muita coisa relevante para a saga principal. Além de Silent Hill, identifiquei semelhanças com F.E.A.R, Outlast, Zombi U, Jogos Mortais e por ai vai. Pegaram tudo o que deu certo nos games de terror recentes, fizeram um delicioso mix e o resultado é o que vemos durante a jogatina. Mas Isso é um problema? Depende do ponto de vista.

No meu caso eu fiquei mais preocupado com a questão da criação de muitos personagens. Se vocês repararem, a Capcom vai expandido o universo de RE sem pensar em um destino final para a série como um todo. São muitas histórias empoeirando nas gavetas da companhia e nenhuma preocupação em encerrar um ciclo da série. Só para contextualizar, podemos usar como exemplo a transição entre Resident Evil 3 e 4. A Umbrella foi destruída, mas as armas biológicas caíram nas mãos de terroristas. Abrindo um leque de possibilidades para o segundo ciclo, que acontece entre o quarto e o sexto jogo.

Agora, temos a sensação de que um novo ciclo da saga se inicia, sem ter terminado o anterior. E isso me faz questionar até quando os jogadores vão aceitar esse tipo de atitude. Sem questionar se há outra razão para que a história continue, além de gerar mais lucro para a desenvolvedora.

 

The following two tabs change content below.

Angelo Prata

Jornalista apaixonado pela arte do século XXI chamada de videogame. Tentando melhorar a internet um post de cada vez, este sagitariano que vos fala tem dificuldades em escolher um jogo favorito. As séries Super Mario, Resident Evil, Donkey Kong e Mass Effect estão no top da minha lista imaginária e sim, sou fã da Nintendo!
Post Anterior
Próximo Post
Posts Relacionados