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Queer as Folk Remake é tão revolucionário quanto ao Original?

Queer as Folk foi uma série produzida pelo canal Showtime que estreou nos anos 2000. Teve 5 temporadas somando um total de 83 episódios. O nome tem origem de um trocadilho feito de um ditado Inglês, “Nobody is so weird as folk” que virou “Nobody is so queer as folk”.

A série é originalmente uma adaptação da versão britânica de mesmo nome que durou apenas uma temporada, nesta versão temos a história de cinco homens gays que vivem em Pittsburg. Sendo um marco na luta do movimento LGBTQIA+ visto que temos uma trama mais real para sua época, sem um cunho totalmente sexual ou pornográfico mostrando os integrantes vivendo suas vidas, seus dilemas, as conquistas da comunidade ao longo do tempo etc, além de abrir portas para séries também aclamadas como The L World, por exemplo.

Em agosto de 2019 foi anunciado que, com o criador Original Russel T como produtor executivo, o programa ganharia um remake desenvolvido pelo Streaming Peacock com estreia para junho de 2022. Com 8 episódios que compõem essa primeira temporada, no Brasil ela está disponível pelo Streaming StarzPlay.

Nessa versão temos como foco 6 personagens vivendo em New Orleans, já de cara temos uma enorme diferença para quem conheceu a versão anterior. Na qual temos claramente as letras da sigla LGBTQIA+ representadas de forma extremamente mais ampla, diferentemente do primeiro remake que tínhamos homens Gays e diferente disso era limitado aos dramas de um casal lésbico. Agora temos dentre os principais, Mingus um adolescente não binário, Ruthie uma mulher trans, só esses dois já são uma grande inclusão e mudança, visto que dificilmente temos estes personagens como destaque em um seriado, principalmente da forma que é apresentado.

Durante os 8 episódios desta primeira temporada temos, além da apresentação dos personagens, acompanhamos os dramas particulares de cada um, como Ruthie e Shar sendo pais de gêmeos, Brodie com seus problemas existenciais, Mingus sendo apresentado a situações e emoções pela primeira vez, dentre diversos outros. Isso com certeza faz com que mais pessoas possam se identificar com a trama. Temos pelo menos um momento ao longo da temporada uma personagem introduzida para representar pelo menos uma das letras da comunidade.

A arte Drag tem sido grande destaque hoje em realitys, aqui é apresentada através do Mingus, discussões sobre pronomes neutros, acessibilidade e o famoso uso do Pinky Money são apenas uns dos assuntos que a série aborda de forma muito interessante e competente dentro da possibilidade.

Mas afinal o remake supera a versão anterior? Sim e não, a primeira coisa a se pontuar é que a série americana tinha em média por temporada 22 episódios. O que torna possível um desenvolvimento e apresentação de forma mais completa, entretanto no remake a direção e roteiro da série estão de parabéns. Logo o primeiro episódio já faz com que os personagens novos te cativem e que você se preocupe com eles após o acontecimento que liga a série como um todo. Aqui vemos que o envolvimento do criador original foi muito bem aproveitado, vez que no original isso também acontece.

Em resumo a série está de parabéns por toda a inclusão apresentada, os dramas são bem reais e fáceis de fazer com que o telespectador se identifique. Equilibrando conquistas e alegrias de forma competente, tornando-se um exemplo para demais obras. Há também um plot bem interessante no final. Estamos torcendo para que a série seja renovada para uma nova temporada para vermos ainda mais exemplos de como se representar a comunidade em mídias, com as diversas facetas e diferenças, e não somente para preencher uma lacuna ou qualquer outro motivo que seja.

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