Muitos fãs de Resident Evil reclamam sobre os filmes live action dirigidos por Paul Anderson. Segundo esses “haters”, o principal motivo da desavença é o fato de não seguir a história dos games. Porém, se engana quem acredita que os filmes em CG da série são lindos e maravilhosos, só pelo fato de acharem um espacinho em meio a confusa time line da franquia.
Primeiro tivemos RE Degeneração, de 2008, que conseguiu homenagear de forma simplória o décimo aniversário de Resident Evil 2. Em 2012, RE Condenação veio com um enredo confuso, que não agrega praticamente nada a franquia, tornando-se apenas um delicioso fan service necessário para alimentar a indústria. Agora temos Resident Evil: A Vingança, que mais uma vez joga fora a oportunidade de fazer algo no mínimo interessante. Com enredo manjado, dublagem de qualidade duvidosa e uma animação que decaiu bastante em comparação com seus antecessores.
A vingança nunca é plena
Chris Redfield, com o rosto zoado, e sua equipe estão atrás do traficante de armas Gleen Arias. Durante a missão o herói descobre um novo vírus que transforma os zumbis em obedientes servos – algo parecido com o Las Plagas -, Chris é atacado pelo vilão e perde toda a sua equipe. Quatro meses se passam e eles descobrem um novo plano de Arias, liberar o tal vírus em Nova York. Enquanto isso, a universidade onde a sumida Rebecca Chambers trabalha está desenvolvendo uma cura, ela e Chris pedem a ajuda de Leon para deterem o terrorista devido a experiência do agente com o Las Plagas.
Pois é, como você pode perceber pela sinopse essa história já foi contada um milhão de vezes nos games e se repete novamente. O enredo é mais raso que um prato de micro-ondas e a qualidade da animação também não ajuda, apesar das cenas de ação serem no mínimo interessantes. Um ponto importante de todo desenvolvimento de qualquer longa metragem é fazer o espectador se importar com o que está acontecendo, o que no caso Vendetta falha miseravelmente. A história é tão fraca, que tem a ousadia de usar praticamente o mesmo drama de Chris em Resitent Evil 6, só que dessa vez utilizando Leon como o sofredor.
Só que nesse caso, fica difícil de se importar com o que aconteceu porque simplesmente não vimos. Todo esse blá blá blá é explicado através de diálogos em vez de mostrarem o ocorrido. Outro verdadeiro sem noção é o tal do Arias, que em um momento de confronto com Rebecca faz aquela revelação que também já reprisou mais do que A Lagoa Azul na sessão da tarde, e desistindo logo em seguida, fazendo a cena ser totalmente descartável. Como fã da série que sou, é triste ver que a qualidade dos filmes, em especial o cuidado com a história, diminui a cada título lançado.
A dublagem está muito sofrida, e não é por causa das vozes. Kevin Dorman (Chris) e Metthew Mercer (Leon) novamente estão impecáveis nos papéis dos personagens, até a estreante Enri Cahill (a ranger rosa em Power Rangers Força do Tempo) na voz da Rebecca mandou bem. Todavia, as animações faciais são bem robóticas e o movimento dos lábios em MUITOS momentos não combinam com a fala.
Sabor agridoce
Resident Evil: A Vingança não passa de mais um produto para se guardar na gaveta, não tendo nada de especial e que não faz diferença alguma na franquia. Se você ainda não viu o filme e desanimou ao ler esse texto, eu digo para dar uma chance e não se prender muito a opiniões pessoais. Aos céticos que já esperavam isso, o que eu tenho a dizer é: parabéns, vocês estavam certos.
Angelo Prata
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