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REVIEW: Bem-Vindo a Raccoon City é ruim mesmo, mas tem seus méritos

Olha, gente, antes de me condenarem pelo título saibam que eu sou um fã de longa data da franquia e que, mesmo com expectativas baixas, eu queria de todo o coração sair dizendo o quanto eu amei a nova adaptação. Mas antes de mergulhar nos problemas da produção, vou ressaltar alguns pontos positivos que identifiquei, tentando ser justo durante a análise. Então, bora lá?

Você quer fidelidade? Então toma!

Bem-Vindo a Raccoon City é o sétimo filme live-action baseado na franquia de games homônima da Capcom. Antes, a produção era assinada por Paul W. S. Anderson e estrelada por Milla Jovovich, encerrando a história que não era fiel aos games em O Capítulo Final. Agora, o antigo diretor assina apenas como produtor executivo passando o bastão para Johannes Roberts. Este que já possui diversas fitas de terror em seu currículo, mas nenhum blockbuster.

A história acompanha Claire Redfield (Kaya Scodelario), que retorna à sua cidade natal (Raccoon) para alertar seu irmão, Chris (Robbie Amell), sobre uma terrível experiência que a corporação Umbrella tem feito com os habitantes locais. Durante sua missão ela acaba encontrando o policial novato, Leon (Avan Jogia), que se une a moça para sobreviverem.

Em paralelo Chris, Jill (Hannah John-Kamen), Wesker (Tom Hopper) e os outros membros do esquadrão de elite S.T.A.R.S precisam investigar o desaparecimento de seus companheiros na isolada mansão Spencer.

Bem vindo a raccoon city
Entendam de uma vez: cosplay não salva filme nenhum!

Pela sinopse, é possível ver que existem inúmeras semelhanças com o material original, certo? Mas o que em teoria parecia o filme perfeito, na realidade acaba sendo um exagero de fan service, com apenas alguns momentos memoráveis. Uma das características mais marcantes, é o fato de o estilo do filme ser bem parecido com longas de zumbi clássicos, especialmente os de George Romero. Ainda assim, embolar dois jogos em uma trama de quase duas horas e repleta de protagonistas não saiu do papel como imaginado.

Tem tanta, mas tanta coisa do jogo que o espectador que nunca jogou Resident Evil irá sair do cinema com mais perguntas do que respostas. Isso porque o roteiro não faz questão nenhuma de explicar nada, com exceção de um pequeno texto introdutório para situar quem vai assistir. Pronto, dali para frente quem não jogou que se entenda com o Google mais tarde.

Terror, ação e… comédia!

Bem vindo a Raccoon City

Outro fator que pesou muito durante o filme foi o ritmo, que permanece o mesmo até os minutos finais. A sensação que fica é que não houve clímax, pois tudo é resolvida de forma extremamente simples. O baixo orçamento também não ajudou nos efeitos especiais, que já estão datados, mas as cenas em ambientes escuros até que são bem disfarçadas.

Os momentos de tensão são quebrados pelo personagem favorito da maioria (adivinhem quem é?), que aqui virou o alívio cômico da trama. Apesar disso, achei ele mais humano e coerente com o contexto que é dado a ele durante a história, que é o mesmo do jogo. O clima de terror também não é bem construído, se apoiando demais em jump scares, uma técnica tão batida que precisaria de um trabalho e uma direção bem primorosa para funcionar. O que não é o caso.

Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City é uma carta de amor aos jogos. Sim! Mesmo sendo ruim é inegável o cuidado que tiveram em homenagear (até demais) esse clássico dos games. Ainda assim, não funcionou como filme por querer devorar uma fatia maior da história dos games do que era capaz de engolir. Não vou me surpreender se os mais fanáticos pelos jogos se encantarem com as inúmeras referências do game, até eu me encantei, mas a falta de um foco narrativo, personagens rasos e uma batalha final com a duração de um vídeo do Tik Tok não permitem que eu goste de Bem-Vindo a Raccoon City como pretendia.

O Gayme Over assistiu ao filme a convite da Sony Pictures Brasil

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Angelo Prata

Jornalista apaixonado pela arte do século XXI chamada de videogame. Tentando melhorar a internet um post de cada vez, este sagitariano que vos fala tem dificuldades em escolher um jogo favorito. As séries Super Mario, Resident Evil, Donkey Kong e Mass Effect estão no top da minha lista imaginária e sim, sou fã da Nintendo!
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