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A comunidade LGBT vive um momento delicado em nosso país: um presidente extremamente preconceituoso foi eleito como o “herói” da nação, professores são tratados como inimigos e a educação sexual é considerada algo descartável. É nesse cenário turbulento que estreia a nova animação nacional da Netflix, Super Drags, que usa o humor como sua maior arma para protestar contra diversos preconceitos.

Com apenas cinco episódios, o desenho nos apresenta as maravilhosas Safira Cyan (Wagner Follare), Lemon Chifon (Sérgio Cantú) e Scarlet Carmesim (Fernando Mendonça) combatendo as forças do shade. Antes mesmo da estreia, Super Drags já enfrentava protestos de grupos conservadores dizendo que a série é “prejudicial” às crianças por “influenciar” a homossexualidade. A gigante do streaming teve que responder dizendo que a animação é somente para adultos.

O mais curioso nesse caso é que, nenhum desses grupos protestou contra South Park, Simpsons ou Family Guy. Todos esses títulos também são para o público mais velho. O extremismo contra qualquer material de entretenimento LGBT está em alta no Brasil, mas essas drags finíssimas conseguiram dar a volta por cima em grande estilo.

Semanas antes do lançamento da primeira temporada, a Netflix garantiu mais duas, e não é para menos. O produto é de altíssima qualidade, com piadas inteligentes e surfando na onda do fenômeno Rupaul’s Drag Race. Nos Estados Unidos, as dubladoras são ex-participantes do reality, já comprovando a minha teoria.

É bom?

Mesmo quando temos uma ideia e a achamos genial, colocá-la em prática é outra história. Com maestria, os criadores Anderson Mahanski, Fernando Mendonça e Paulo Lescaut sondaram bem o terreno onde iriam pisar, colocando um conteúdo que diverte e ensina ao mesmo tempo.

Obviamente, temos piadas de cunho sexual e closes repetitivos nas genitálias dos personagens, mas isso é somente a primeira camada do que a animação demonstra. Gordofobia, LGBTfobia, padrões de beleza e preconceito racial são apenas alguns dos tópicos que podemos destacar.

As referências a cultura pop são inúmeras: Dragon Ball, Três Espiãs Demais, Sailor Moon, Power Rangers e outros desenhos tão queridos pelo público são homenageados (e parodiados) durante os episódios. Os vilões são outro show a parte, é praticamente impossível não fazer a relação com os pastores e políticos famosos por destilarem preconceito livremente.

 

Vale citar também as performances de Pabllo Vittar e Silvetty Montila. Silvetty dublou a divertida Vedete Champagne, inspirada nela mesma. Já Pabllo também arrasou como Goldiva e soltando várias de suas frases de efeito.

Mais amor, por favor!

Com um início muito promissor, Super Drags é de dar orgulho para as manas! Lembrando que o nosso apoio é fundamental para que mais conteúdos como este sejam mais frequentes.

Antes de encerrar a análise, vale destacar a minha super drag favorita a Safira! Repleta de piadas e referências à cultura geek.

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Angelo Prata

Jornalista apaixonado pela arte do século XXI chamada de videogame. Tentando melhorar a internet um post de cada vez, este sagitariano que vos fala tem dificuldades em escolher um jogo favorito. As séries Super Mario, Resident Evil, Donkey Kong e Mass Effect estão no top da minha lista imaginária e sim, sou fã da Nintendo!

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