Fracasso. Esse é o primeiro pensamento que vem à mente quando falamos sobre adaptações de jogos para o cinema. Felizmente, isso vem mudando. Apesar de não ter conseguido a bilheteria desejada pela Disney, “Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo” foi um bom exemplar que ainda havia esperança para os jogadores. Já em 2016, “Assassin’s Creed” conseguiu seu lugar ao sol mesmo com problemas de ritmo e roteiro. Agora, chegou a vez de Lara Croft provar que está com força total, não só nos games, mas também no cinema.
A origem
O subtítulo que o filme ganhou no Brasil – inexistente no original – casa muito bem com a nova fase dos games que o cinema quer mostrar. Tentando se desvincular dos longas estrelados por Angelina Jolie, o reboot da série nos filmes não é perfeito, porém, não decepcionará os fãs que estão ansiosos para assistir.
A história mostra a jovem Lara Croft (Alicia Vikander) tentando ganhar a vida de forma simples, se desvinculando dos negócios do pai para superar sua morte. Após um acidente, ela segue o conselho de Ana (Kristin Scott Thomas) e decide finalmente assinar os papéis que oficializam o falecimento de seu pai, Richard Croft (Dominic West), cujo o corpo nunca foi encontrado. Ela acaba descobrindo um curioso artefato que foi deixado de herança, que leva à uma pista de onde o Sr Croft possa estar, iniciando a jornada da moça.
Assim como os jogos, o enredo do filme segue a tradicional formula da ação e não decepciona neste aspecto. Um ponto muito positivo são as referências ao jogo original de 2013 que ocorrem em diversos momentos, deixando aquela sensação de que “é igual, mas ainda sim diferente”. Esse sentimento também se estende a história, que aproveita boa parte do que foi apresentado no jogo, adicionando elementos próprios a trama. Não é uma tarefa fácil, sendo um dos principais motivos de fracassos em adaptações anteriores, o que não é o caso.
Outro ponto positivo é a personalidade de Lara, que além de estar muito mais carismática que no jogo, ganhou elementos que a deixam mais jovial, deixando um pouco de lado a seriedade apresentada nos games. Mesmo assim, ainda é possível reconhecer a exploradora em suas atitudes e força de vontade, que são características indispensáveis para ser a Lara Croft que os jogadores tanto amam.
Apesar de belo e bem trabalhado, o roteiro peca na hora de inserir um personagem fundamental para a trama. Jogando fora uma oportunidade que poderia deixar a história mais crível e o ritmo menos corrido. Falando nisso, este foi outro problema do longa. Com 1h30 de duração é difícil ponderar a evolução da protagonista com as cenas de ação, deixando um aspecto de filme “apressado”.
Nasce uma sobrevivente
“Tomb Raider: A Origem” é a prova de que as adaptações de jogos tem muito potencial e que uma franquia da arqueóloga mais amada dos games é mais que bem vinda. O estúdio precisa tomar cuidado nas escolhas futuras e em quais aspectos do material original é possível fazer alterações, para que não fique aquela impressão de que ninguém envolvido no projeto conheça a caçadora de tumbas tão em quanto nós, gaymers.
Angelo Prata
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