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REVIEW: Ghost Of Tsushima é a despedida em grande estilo dos exclusivos de PS4

Com o seu lançamento oficial em 17 de julho de 2020 a produtora conhecida pelo excelente Infamous, Sucker Punch Productions, já nos presenteou com grandes títulos. Agora, a produtora lança seu novo jogo, saindo totalmente de sua zona de conforto e trazendo um game com temática samurai que promete inspirar e surpreender os jogadores.

Será que teremos novamente um gameplay viciante, uma historia envolvente e gráficos de cair o queixo? E a qualidade gráfica da geração atual, chegou ao seu limite?

Um herói acima de tudo

Ghost of Tsushima 1

Em Ghost of Tsushima jogamos com Jin Sakai no Japão feudal, no ano de 1274. O herói deve enfrentar a invasão do exercito Mongol na ilha de Tsushima. Local este que existe, porém, os eventos do game são fictícios.

Após perder seus pais de maneira trágica, Jin foi criado por seu tio, líder da Ilha até então. Foi ele quem o treinou desde a adolescência para ser um samurai, dando assim os valores que o personagem possui. Durante um ataque mongol à ilha, o tio de Jin é capturado pelos inimigos. Cabe então ao jogador encarnar na pele do herói para resgatá-lo.

Ghost of Tsushima - 2

Embalada nesta missão inicial nosso protagonista segue em busca de seu tio. Em um momento de raiva, ataca diretamente o líder dos mongóis, mas fracassa. É nesse momento que conhecemos Yuna, uma ladra que passa a ser nossa aliada em troca de ajuda para localizar seu irmão — também raptado pelo exército mongol. A partir dai o protagonista é apresentado a diversos questionamentos sobre sua honra, moral e os ensinamentos que foram passados pelo seu tio.

Depois da derrota o herói entende que  não conseguirá concluir sua missão sozinho. Sendo assim, com a ajuda de Yuna, é guiado para realizar algumas alianças com os habitantes e é aí que o jogo começa.

E o vento levou

O vento é uma importante ferramenta em Ghost of Tsushima, pois ele se torna seu guia (literalmente). Conforme mostrado nos trailers o mesmo serve para indicar a direção do seu objetivo, seja ele pré-definido por você, ou não, no mapa que é separando por três seções. Nestas sessões, é onde cada ato é liberado para exploração.

Importante ressaltar também que o vento é a única forma de se guiar, uma vez que não existe mini mapa na tela para direcionamento. Outro ponto positivo do jogo é que a tela está totalmente “limpa”, na qual vemos apenas o personagem.

Quando assumimos nossa postura de luta aparece o HP e a determinação que serve como cura. Ela também pode ser utilizada como MP para algumas habilidades especiais. Nem mesmo o HP dos oponentes são apresentados na tela, tudo isso deixa o jogo ainda mais bonito. Deixando o jogador sem nenhuma poluição visual para apreciar a beleza do game.

Ghost of Tsushima 3

Dentro das missões principais, que no jogo chamamos de contos, temos as principais — que nos leva ao desfecho da história —, as missões de auxílio dos nossos aliados e sidequests simples como ajudar um morador ou resgatar alguém do exercito. Mesmo com um número de missões considerável, Ghost of Tsushima deixa a desejar por não apresentar um conteúdo mais robusto.

Tanto na história principal quanto nas secundarias somos apresentados a apenas breves relatos sobre as ações do exército mongol, bem como motivações dos personagens. Senti falta de mais detalhes e sidequests com maior importância para enriquecer o universo do game.

Ghost of Tsushima e a jogabilidade

Jin, como qualquer Samurai que se preze, possui sua katana como arma principal (que contém algumas personalizações) e mais quatro posturas para ela. As posturas são eficazes para tipos específicos de inimigos.

Por exemplo: para os soldados com escudo, temos a postura da Lua; aqueles com lança, usamos a postura da água. Cada uma apresenta golpes distintos, bem como características de combate únicas como força, rapidez e etc. Aqui temos uma parte mais estratégica do combate, onde a todo momento deve ser ajustada, o que facilmente se faz pelos comandos no controle.

Além da espada temos 2 tipos de arcos: longo e curto. Sendo o primeiro para inimigos a maiores distâncias e o curto para maior poder de ataque (cada um deles possui flechas exclusivas).

Temos também um arsenal considerável para nos auxiliar nas estratégias de invasão aos territórios Mongóis. Kunais e bombas de pólvora servem para uma abordagem mais direta.

Já os sinos, dardos venenosos e alucinógenos servem para uma abordagem mais silenciosa. A bomba de fumaça é outro item útil para dispersão dos soldados quando Jin está cercado por um número superior de inimigos.

O combate é muito flúido e de fácil adaptação, sendo um dos aspectos em que o jogo mais brilha. Uma das melhores coisas ao jogar Ghost of Tsushima é a facilidade com a interação de todos esses comandos e armas, tornando o título bastante balanceado e diferenciado de outros jogos do gênero.

Ghost of Tsushima - 4

O protagonista também apresenta uma série de armaduras que também são personalizáveis e itens de apoio que lhe darão mais sorte para danos críticos ,incluindo maior defesa, ataque e etc.

Durante o gameplay temos a opção de agirmos furtivamente semelhante à um fantasma — como o próprio jogo coloca em seu título —, ou de forma honrada como um samurai. Esta segunda opção nos leva à um combate chamado “confronto”, em que alertamos o inimigo  e com a ação no momento certo o derrotamos.

A dificuldade do jogo é bem equilibrada e as batalhas contra os líderes Mongóis e contra os bosses são um show a parte. O confronto com chefes mostra ângulos cinematógrafos e finalizações brutais. Nestes combates a luta passa a ser 1×1, de forma que devemos observar seus movimentos e atacar no momento certo, além de quebrar a defesa do oponente para atordoa-lo por alguns segundos e ter sucesso na luta.

Jin também pode realizar algumas ações através do touch pad do controle, tais como cumprimentar as pessoas, tocar sua flauta ou chamar o seu cavalo que é quem te acompanha durante a jornada (assim como vemos em The Witcher e outros jogos do gênero).

Gráficos

Como já fora visto nos trailers, Ghost of Tsushima apresenta gráficos que mostram a geração atual em seu ápice. Com grandes campos abertos onde podemos ver no horizonte pontos nos quais possivelmente teremos missões para completar.

As florestas são densas, com oponentes escondidos em arbustos e outros segredos. Já em algumas montanhas, com templos a serem contemplados, é possível ver a ilha como um todo. Entretanto, o local que game realmente brilha são os campos floridos, de onde o vento leva as flores e folhas que caem das árvores, enquanto o personagem passa por eles. Num tom quase que poético, os desenvolvedores e o diretor de arte atingiram o objetivo em deixar o jogo bélissimo. 

O modo foto é outra ferramenta completa e possui opções de ferramentas variadas para deixar Jin ainda mais bonito na foto. Sendo possível até controlar o vento na imagem ou vídeo.

Durante meu gameplay me peguei por diversas vezes parando e admirando o cenário. Maravilhado como a estrutura feudal do Japão está extremamente bem detalhada entre as cidades e estradas que passamos.

Nos deparamos em diversos momentos com locais onde o exército mongól simplesmente devastou tudo ao redor, sobrando apenas cinzas.

As animações dos personagens principais também não deixam a desejar, todas muito bem capturadas. Com tudo, os NPCs sofrem uma queda, e em alguns casos encontramos dois iguais na mesma cidade. Ao iniciarmos um diálogo, o game te leva à uma câmera fixa, seja ele com personagens principais ou um simples NPC.

Conclusão 

Ghost of Tsushima nos apresenta de forma formidável seu universo, com uma ambientação incrível, personagens cativantes e um herói que —mesmo sendo raso em sua concepção — possui um apelo convincente. Fazendo com que nos importemos com o mesmo e compremos a ideia que o jogo quer passar. O mundo em volta bem construído facilita ainda mais, porém o jogo sofre no quesito história, onde esta é extremamente previsível, bem como seu final. 

Em nenhum momento somos surpreendidos pela narrativa. Mesmo gostando de acompanhar a campanha, que no meu caso durou 35 horas e podia facilmente ser prolongada, esta falta de cuidado em apresentar um enredo mais encorpado chega a incomodar. Explorar o mundo em vários momentos se torna melhor do que prosseguir com a história principal, e a batalha final — poderia ser um batalha épica — se torna apenas simples.

Mesmo assim, como mencionei, os pontos positivos conseguem se sobressair perante aos negativos. Porém, se analisarmos o projeto que tem um tamanho igual ou muito próximo de um The Last of Us ou Cyber Punk 2077, ou ainda como antecessores (Sekiro, Zelda e The WItcher), vai decepcionar. Mas para quem é fã deste universo e deseja um bom gameplay, excelentes batalhas, sem se frustrar com dificuldades absurdas e ótimos gráficos, o jogo é a pedida certa.

A Sucker Punch tinha a katana e a kunai na mão pra criar uma IP ao nível de Infamous, por exemplo, mas pecou na forma de contar essa história que poderia ser muito mais grandiosa.

E é assim que a Sony se despede desta geração com seu último lançamento exclusivo de peso, para concorrer a jogo do ano.

O jogo foi testado em um Playstation 4 Slim, com cópia digital cedida pela Sony

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